Meninas de talento: As sete internas do orfanato Raio de Luz são ótimas. Muito naturais, Cinthia Cruz (Cris), Lívia Inhudes (Vivi), Gabriella Saraivah (Tati) e Giulia Garcia (Ana) não exageram e, tirando um deslize ou outro, o rendimento geral é bastante satisfatório. Destaque para Giovanna Grigio, que carrega uma grande tristeza no olhar de Mili, e para Raissa Chaddad, maravilhosa como a metida Bia. A garota é excelente. Conseguiu demonstrar desde a primeira cena todo o pedantismo de sua personagem, sem prejudicá-la no enredo. Pelo menos por enquanto, a gente se irrita com o jeito metido de Bia, mas não consegue odiá-la. Mérito da talentosa atriz que humaniza sua desaforada órfã.
Meninos de rua: Julia Oliver (Pata), Gabriel Santana (Mosca), Filipe Cavalcante (Rafa) e Gui Vieira (Binho) são outros belos acertos de Chiquititas. Muito expressiva, Julia construiu uma Pata cheia de personalidade, mas também com muita doçura, escondida sob a armadura de quem enfrentou muita barra pesada para conseguir sobreviver nas ruas. É claro que Chiquititas não vai fundo num tema pesado como esse, mas enfatiza a fome, a insegurança e a capacidade de superação que os pequenos sem teto enfrentam diariamente. Gabriel Santana é outro que merece uma atenção especial pela maturidade com que vem interpretando Mosca, o líder do grupo.